Condomínio da Grande Florianópolis utiliza “sistema de consumo” para combater falta de água
Apesar do tempo nublado, a Grande Florianópolis segue sofrendo com a falta de chuvas na região. O problema afeta diretamente o abastecimento de casas e prédios, obrigando moradores a procurarem soluções para reduzir o consumo.
Em um condomínio de Biguaçu, na Grande Florianópolis, há uma caixa d’água com quase 20 metros de altura e capacidade de armazenar até 64 mil litros. Porém, ainda não é o suficiente. No local vivem mais de 240 famílias, para garantir o abastecimento em todos os apartamentos, o síndico Gauss Lins, organizou um sistema de consumo.
“A água normalmente vem mais a noite, para não termos falta, fizemos um racionamento das 9h às 11h, durante o dia, a tarde das 14h às 18h, e a noite e madrugada das 0h30 às 4h. É um período em que temos como repor a cisterna e jogar água na caixa”, explica o síndico.
VEJA TAMBÉM: VAZAMENTO DE ÁGUA, COMO RESOLVER ESTE PROBLEMA
Com disciplina e organização, o condomínio vem conseguindo antes o abastecimento enquanto muitos vizinhos sofrem com a estiagem. Na semana passada, a Defesa Civil emitiu um alerta pedindo para as pessoas economizarem água. Nas últimas 48 horas choveu o equivalente a um ou dois milímetros na Grande Florianópolis. Número ainda longe dos 100 milímetros necessários para amenizar os efeitos da estiagem prolongada.
De acordo com o hidrólogo da Epagri/Ciram, Guilherme Miranda, é preciso que chova continuamente, para que o solo possa absorver a água e recarregar os aquíferos existentes para que elevem o nível dos rios em uma condição de normalidade.
“A mudança do tempo deve ocorrer no final de semana. Vamos ter uma frente fria passando entre sábado (31) e domingo (1) pelo Estado. Principalmente domingo deve ser um dia mais chuvoso na região, principalmente nas áreas do planalto ao litoral”, explica a metereologista, Laura Rodrigues.
Casan recomenda uso consciente
Enquanto a chuva não vem, a recomendação é para que haja uso consciente da água. De acordo com pesquisas, é no banheiro em que é usada a maior parte de água no dia a dia, aproximadamente 65%.
“A economia no banheiro, de fato, é importantíssima. Está neste percentual de 65%, existem oscilações em torno disso. O tempo de banho, por exemplo, existem dispositivos que controlam o tempo, também válvulas de acionamento na bacia sanitária, que ajudam a reduzir o consumo”, explica o especialista em uso racional da água, Ramon Lucas Dalsasso.
Um dos maiores inimigos da época de estiagem é a mangueira. Ramon explica que o necessário seria reduzir o hábito de lavar com água, utilizando mais a vassoura e menos o jato de água.
A Casan (Companhia Catarinense de Águas e Saneamento), em nota, afirma que desde a última sexta-feira (23) o sistema de abastecimento de água da região metropolitana tem se mostrado estável, mesmo assim, não pode haver descuidos.